Brasil Colônia - HISTÓRIA

Até então, as relações comerciais ocorriam por meio do Mediterrâneo. Isso só teve um fim com a tomada de Constantinopla pelos turcos, que bloquearam o comércio do Oriente com o Ocidente, principalmente de especiarias. Logo, os europeus voltaram-se para o oceano Atlântico. Portugal foi pioneiro nas Grandes Navegações e tinha como foco chegar às Índias a fim de controlar o comércio e especiarias, para isso contornou a África. Nesse meio tempo, países como a Espanha voltaram-se para as Américas e então, para não ficar para trás e conquistar um território no continente amerciano, Portugal conquista parte do litoral brasileiro.






O Brasil é resultado da exploração comercial européia, da busca por matéria-prima, mercado-consumidor e mão-de-obra. Contudo, o Brasil foi a segunda opção de Portugal, pois este estava focado em o controlar o mercado de especiarias.




Em 1500, Pedro Alvares Cabral então "descobre" o Brasil e em expedições exploradoras, os portugueses descobrem uma vasta floresta, a Mata Atlântica, que trazia consigo um importante recurso, o pau-brasil. Aproveitando as oportunidades oferecidas, Portugal passa a explorar esse recurso e comercializá-lo (anteriormente Portugal comprava da Ásia) com os países europeus.




Essa exploração (do pau-brasil) se deu da seguinte forma:
Os portugueses ao chegarem ao Brasil, viram o interessado que era demonstrado pelos índios pelas suas coisas, como espelhos e pentes e passaram realizar o escambo, que era a troca desses objetos pelo pau-brasil, e então dessa maneira, ele era extraído.
Eles estabeleceram feitorias pelo litoral, que eram armazéns, onde podiam guardar o que iriam levar de barco para Portugal, ou trazer alguma mercadoria para comercializar. Elas também funcionava como uma fortificação e normalmente eram invadidas por corsários.
São exemplos de feitorias estabelecidas: Feitoria de todos os Santos e Feitoria de São Vicente.
O rei concedia à determinada pessoa, desde às práticas mercantilistas, monopólios, para evitar concorrência e trazer lucro bem mais alto. Isso também ocorreu com o pau-brasil, o seu monopólio era chamado de estanco.


A principal preocupação de Portugal era a exploração, mas também havia a visão cristã de expandir o cristianismo aos povos conquistados através da catequisação imposta pelos jesuítas.




Eram constantes as invasões de outros países nas feitorias, de países como Holanda, França e Inglaterra. Mas, principalmente a França, pois Francisco I, o rei da França, nãp aceitava o tratado de Tordesilhas e desejava tomar algum espaço nas Américas e então, passou a conceder cartas de Corso, contanto que estes dividissem o lucro adquirido com ele.




As expedições que ocorriam na terra brasileira, podiam ter duas naturezas:
- exploradoras: era preciso, primeiro, explorar a terra, ver que benefícios traria, como eram os índios (difíceis ou facilmente convencidos) e etc.
- guarda-costas: para manter a posse do território, era preciso ficar de guarda, a fim de combater os ataques.




E então, o Brasil se torna interessante quando o comércio de especiarias já não dá mais lucro, quando outros países europeus passam a se interessar por ele (Brasil) e quando o açúcar começa a ser valorizado (e esse podia ser exrtraído do Brasil pela cana-de-açúcar).




Por isso, o rei de Portugal convoca Martim Afonso de Souza para uma expedição ao Brasil, a fim de limpar o território brasileiro de povos europeus e fundar núcleos urbanos, a fim de declarar posse ao território.


Então Martim, funda a primeira vila, a vila de São Vicente e sucessivamente criam-se a primeira lavoura e primeiro engenho de cana-de-açúcar. Martim contribui trazendo escravos da África para o trabalho, mudas de cana-de-açúcar e combatendo os corsários.


Depois para melhorar a administração e tomar posse do território brasileiro, Martim sugere ao rei Dom João III, a criação de Capitanias Hereditárias para distribuir à pessoas dispostas a lucrar e administrar terras (os capitões donatários).


As capitanias eram como os atuais Estados e os capitões pertenciam à baixa nobreza, que detinham condições financeiras de desenvolver as Capitanias (a alta nobreza era muito "chique" para se aventurar em uma terra desconhecida, onde o lucro não era certa e eram altos os riscos corridos, como "pegar "doenças).
São elas:
-Maranhão I
- Maranhão II
- Ceará
- Rio Grande
- Itamaracá
- Pernambuco
- São Vicente I
- São Vicente II


Os capitões recebiam dois documentos: a carta de Doação, que garantia a posse da capitania ao capitão e a carta de Foral, que estabelecia deveres e direitos aos capitões donatários. São eles (direitos e deveres):
- Conceder sesmarias
- Determinar pena de morte aos que cometessem crimes dentro da Capitania
- Exercer poder administrativo e judicial
- Construir engenhos de açúcar, a fim de obter lucro, pois esse era o objetivo do estabelecimento das Capitanias
- Pagar impostos ao rei (15% dos lucros obtidos no Brasil e 20% das pedras preciosas encontradas no Brasil -- imposto do 5º (1/5 do que era conquistado era do rei))


As sesmarias eram latifúndios (extensos lotes de terra) que poderiam ser concedidos à colonos pelos donatários, mas para isso, o colono deveria ter cabedais (condições econômicas de manter e explorar a terra concedida).


A sociedade formada por esse sistema de Capitanias, era uma sociedade desigual (homens brancos - "homens bons", ricos, donos de terra; negros- escravos ou dependentes de "seu dono"), baseada no trabalho escravo e na prática monocultureira de cana-de-açúcar, algodão e fumo.


Contudo, o sistema de Capitanias Hereditárias não deu certo, devido ao desinteresse de alguns capitões, à falta de apoio do rei e de recursos dos capitões, à distância da Europa da América (maior do que da Europa à África) e aos constantes ataques de indígenas que resistiam à submissão aos europeus e de povos europeus.


Somente duas capitanias permanecem: a de São Vicente II e a de Pernambuco, devido aos investimentos no desenvolvimento da cultura canivieira, até porque o solo desses territórios era fértil e produtivo.