domingo, 3 de agosto de 2014

Centralização Política da França - História


Para a VI1 de História - Anotações de Aula 

            Carlos Magno era rei germânico e tornou-se imperador ao morrer, após ele, Luís,o piedoso assumiu o trono, depois seus filhos Carlos, o calvo; Lotário e Luís, o germânico começam a disputar pelo trono dando origem a uma guerra, mas no fim, formam um acordo: tratado de Verdun, que divide o reino em 3: Frância Ocidental (França) – Carlos; Lotaríngia – Lotário e Frância Oriental (Sacro Império Romano Germânico) – Luís.

            A França, até então, encontrava-se fragmentada onde cada feudo tinha seu comando e apresentavam diferenças em sua organização.

            Só quando Hugo Capeto assume o trono, ele dá inicio ao processo de centralização política da França (desfragmentando-a) e entra em conflito com a nobreza (detentora dos feudos).

            Os reis da Dinastia Capetíngia foram: Filipe Augusto, Luís IX e Filipe, o Belo.

            Filipe Augusto dá continuidade ao processo de centralização política e promove uma aliança com a burguesia, a fim de conseguir recursos para a formação de um exército real que acabaria com o poder da nobreza, favorecendo assim os dois lados, a burguesia, que desejava acabar com os maus costumes impostos pela nobreza, o que desfavorecia o seu comércio e o rei, que deseja desfragmentar a França. Ele também passa conceder liberdade aos camponeses através das Cartas de Franquias, que tinham um preço (importante meio de obter rendas), além de expandir o território francês.

            Luís IX permanece com a expansão territorial e padroniza a justiça e tributação francesa (o que o beneficiou financeiramente), também torna as propriedades burguesas e nobres incondicionais (sempre seriam de seus donos) e forma a moeda nacional única, o franco.

            Luís também participou das cruzadas, e quando morreu foi canonizado pelo papa Bonifácio XIII, sendo assim considerado São Luís (isso demonstra a boa relação existente entre o rei e a Igreja).

            Filipe, o Belo continua com a expansão e centralização, porém ele gera conflitos com a Igreja, como a França estava debilitada economicamente e precisava financiar seu exército, ele percebe que a ordem dos templários conquistava poder e riquezas que iam direto para a Igreja, como não possuíam herdeiros. Então, Filipe estabelece com Bonifácio um acordo onde o rei recebe as riquezas conquistadas pelos templários e divide com a Igreja.
            Mas ainda sim, a necessidade de dinheiro permaneceu então Filipe passa a cobrar impostos da Igreja, que era muito rica, mas papa Bonifácio se nega, ameaçando excomungar Filipe, então inicia-se um conflito. Esse conflito gera uma crise econômica na França.

            Filipe convoca uma reunião com todos os estados chamada Assembleia Geral, colocando como tema de discussão se a Igreja deveria ou não pagar impostos, e fica estabelecido que sim, mas o papa morre e então, Filipe consegue subornar o conclave e eleger um papa francês – Clemente V que transfere o papado de Roma para Avinhão. A parte romana da Igreja não aceita essa transferência e elege outro papa – Há a separação da Igreja, conhecido como Grande Cisma do Ocidente.

            A Igreja que anteriormente, no sistema feudal era grande detentora de poder, agora perde poder por travar uma guerra com o Estado francês que só vem se fortalecendo. Ele interfere no papado e não o contrário.

            Carlos IV, filho de Filipe, então assume o trono e governa durante um tempo, e morre sem deixar herdeiros, logo seus parentes próximos são convocados para a eleição de um novo rei: Filipe de Valois, sobrinho de Filipe e Eduardo Plantageneta, neto de Filipe por parte de mãe. Eduardo Plantageneta era rei da Inglaterra, portanto poderia unir os dois reinos tornando a França dependente da Inglaterra e por ser neto de Filipe por parte de mãe, não poderia receber herança de sua mãe, devido a Lei Sálica que proibia exatamente isso, portanto Filipe de Valois é eleito rei da França e Eduardo não aceita, promovendo uma luta entre as nobrezas francesa e inglesa, a fim de alcançar o trono – Guerra dos Cem Anos.
            A terra de Flandres localizada ao norte da França, por apresentar semelhança as atividades econômicas realizadas na Inglaterra – comércio de lã – se alia a Inglaterra.

            As batalhas da Guerra acabaram desarticulando a economia Francesa, houve uma queda na produção agrícola e na oferta de alimentos,  gerando fome - que se alia com a chegada da peste.

            A peste devasta grande parte dos servos, logo os poucos servos que sobram tem seu trabalho dobrado por exigência da nobreza que desejava obter lucro sempre. Então, isso levou ao início de revoltas camponesas, as chamadas Jacqueries. Os nobres não conseguem deter essas rebeliões e se vêem obrigados a recorrer à ajuda real, que reprime e impõe ordem aos servos (Isso promove a reafirmação do poder do Estado).

            Formam-se facções na França, que disputam entre si o domínio de todo o território: ao norte estava parte inglesa liderada por Henrique V, os chamados Burguinhões e ao sul estava a parte francesa liderada por Carlos VII, os chamados Armacnags.

            No sul, uma mulher, Joana D'arc apresentou-se ao povo dizendo ser escolhida pelo Espírito Santo para liderar o exército real (servir fielmente o rei) e conquistar o território do Norte, então ela busca cumprir esse chamado e passa por muitas provas até que consegue liderar o exercito real.

            Assim, ela vence muitas batalhas e conquista algumas terras, favorecendo o rei. Mas Joana D’arc sem a autorização do rei, vai a uma luta sozinha e acaba sendo capturada pelo inimigo e é julgada herege e condenada a morrer viva na fogueira.

            O rei Carlos VIII continua com a reconquista do território francês, o que ajuda a consolidar o Estado Francês.

            A guerra proporcionou o fortalecimento do Estado, através da formação do exercito real e da cobrança de impostos, também estabeleceu a aliança entre a burguesia e o rei, que enfraqueceu tanto a Igreja quanto a nobreza e enfraqueceu as antigas estruturas feudais.

             O exército foi um fator importante para essa fase da França, mas ele consumiu muito e não produzia nada, para conseguir financiar esses gastos, o rei estabelece a talha real (impostos) para toda a sociedade, exceto a nobreza que pagava indo as guerras, ela estabelece a autonomia fiscal e militar do Estado.

            Então, a expansão territorial continua na dinastia dos Valois através da compra de terras, casamentos e guerras, e eles desejavam implantar o absolutismo na França, mas para essa implantação eles encontram obstáculos: guerra entre protestantes e católicos e o feudalismo enfraquecido.

            O protestantismo de João Calvino que vem questionar alguns dogmas e ações da Igreja se espalha pela França e adquire muitos seguidores. Formam-se, então, duas facções que irão guerrear: Família Guise que era católico e a favor do absolutismo real e Família Bourbon e Condé que era burguesa, huguenota e conservadores.

                Então o próximo rei, Francisco I tem dois filhos: Henrique II e Francisco. Ele é capturado em uma guerra, e é levado prisioneiro pelo inimigo e depois vai para a Espanha, mas faz um acordo onde promete não mais declarar guerra ao inimigo e deixa seus filhos em seu lugar. Então, quando depois de um tempo em que é liberado Francisco I declara guerra mesmo sabendo dos riscos que seus filhos corriam, mas depois de muito tempo Henrique II é liberado e torna-se rei da França, se apaixona por uma mulher casada que vira viúva e então ele acaba tendo filhos com ela, mas depois casa-se com Catarina de Médicis, tendo com ela três filhos: Francisco II, Carlos IX e Henrique III. Seu governo se destaca pela perseguição religiosa aos protestantes.

            Quando Henrique II morre em um torneio, sua mulher Catarina de Médicis assume o trono, por sés filhos serem menores de idade e como era muito católica reforçava a ideologia religiosa em seus filhos. Depois então Francisco II torna-se rei, mas um ano depois também morre. E seu irmão Carlos IX assume, seu governo marcou-se pelo combate aos protestantes, o que só gerou para a França instabilidade política e econômica.

            Depois de muito tempo de perseguição, Carlos IX percebe que não conseguiria acabar com os protestantes assim tão fácil, então, tenta uma nova estratégia, a fim de pacificar o seu reino, promove o casamento de sua irmã Margarida de Valois com um burguês protestante, Henrique de Navarra, mas ainda sim, os católicos franceses não queriam aceitar os protestantes, então, sem consultar o rei, resolvem promover um massacre de protestantes no dia do casamento, o que ficou conhecido com Noite de São Bartolomeu - que significou uma tentativa perdida de pacificação que só será conquistada, quando Henrique IV assumir o trono.

            Então depois de um tempo Carlos IX morre e seu irmão Henrique III assume o trono, este percebendo que Henrique de Guise não era seu amigo e sim desejava roubar o trono, se alia a Henrique de Navarra para combatê-lo (Guerra dos Três Henriques). Logo, Henrique de Guise é assassinado e Henrique III declara Henrique de Navarra seu herdeiro. Então, quando Henrique III morre, Henrique de Navarra é coroado rei e passa a ser Henrique IV e inicia a dinastia Bourbon.

            Os conflitos religiosos durante o seu governo continuam e os católicos franceses não aceitam um rei protestante, então após a conquista de Paris, Henrique IV resolve abandonar sua religião e tornar-se católico - “Paris bem vale uma missa”. Henrique também decreta o Édito de Nantes, que concede liberdade religiosa aos protestantes, o gerou pacificação ao governo e consolida o absolutismo.

          Luís XIII, filho de Henrique IV, não assume o trono por ser mais novo e deixa sua mãe, Maria de Médicis governando, esse governo se destaca por um caráter absolutista, pois ela defende os seus próprios interesses, sem se preocupar com a sociedade (fecha os Estados Gerais) e está sempre tentando manter a monarquia. Ela também nomeou o cardeal Richileu em seu governo.

          O cardeal Richileu contribuiu para o enfraquecimento da nobreza, que iam contra aos interesses reais e a penalizou com a perda de seus direitos/títulos, fortalecendo o absolutismo e permaneceu concedendo liberdade religiosa aos protestantes, que promoveu paz na França.

         Como ministro, Richileu estabelece o Paulette (compra de cargos públicos/ títulos de nobreza) que agradou aos interesses de burguesia que ascendia-se economicamente, mas não possuía status, (com a venda de cargos, a França consegue superar a pobreza), logo, os nobres não tradicionais, que compravam títulos de nobreza, ficaram conhecidos como nobreza togada e os nobres tradicionais, de famílias nobres, eram da nobreza de espada, e esses dois grupos ficavam em conflito, o que de certa forma, favoreceu à permanência do absolutismo, pois o ministro acompanhava a luta de perto e esta não atrapalhava à monarquia, até porque a nobreza não favorecia-a.

          O Sacro Império Romano Germânico assim como a França, passa por conflitos religiosos, onde o imperador era a favor do catolicismo e os príncipes a favor do protestantismo, como a França era grande rival do Sacro Império Romano Germânico, desejava enfraquecer o reino, portanto ajudou aos príncipes, dando inicio a guerra dos 30 Anos, onde os territórios governados (Espanha, Holanda e Sacro Império Romano Germânico) pela família Habsburgo - católica - lutam contra a França (governada pela família Bourbon - católica).

               Essa guerra contribuiu para o aumento da autoridade da França sob os seus inimigos, a França ao ganhar a guerra, conquista as terras de Alsácia e Lorena e os bispados Metz, Toul e Verdun e também recebe indenizações dos perdedores.

              Luís XIV, filho de Luís XIII, assume o trono ainda criança tutoriado pelo cardeal Mazarino, fica conhecido como "rei Sol" e disse a frase: " O Estado sou Eu.", pois promoveu o auge do absolutismo francês, através de seu exercito numeroso que sujeita a nobreza e defende o absolutismo e destaca a França aos seus inimigos e também através da construção da corte, onde Luís XIV traz para perto de se a nobreza de espada, a fim de domesticá-la, transformando-a em nobreza cortesã ( o rei estava sempre "equilibrando os lados da balança", desejava o apoio burguês e nobre, quando a burguesia se ascendia, ele ajudava a nobreza e vice e versa). Antes de Luís XIV realmente assumir o trono, o cardeal Mazarino enfrenta a última revolta anti-absolutista, "deixando o caminho livre" para o absolutismo de Luís XIV.

            Jean Baptiste Colbert destaca-se por cuidar das finanças francesas de um modo que passa a ser chamado de colbertismo, que baseava-se nas manufaturas - transforma as matérias-primas em outros produtos através do manuseio - e cobrança de altas taxas alfandegárias para a importação e diminuição da cobrança de impostos (franceses compram produtos franceses), que estimularam o desenvolvimento das atividades burguesas - companhias de comércio monopolizavam produtos como tabaco e perfume, e pagavam impostos (dependência ao rei) favorecendo ao rei. Também tenta expandir maritimamente e territorialmente em locais como a América, a fim de obter matérias-primas e expandir seu comércio (conquista mercado consumidor).
        

              

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